Na história, uma crise econômica assola uma cidade inespecífica, e grande parte dos homens fica desempregada, com a decadência das siderúrgicas. São as mulheres que sustentam as casas e desfrutam de sua independência em um ambiente de falência da masculinidade. Demitidos, seis homens se inspiram nos famosos strippers dos Chippendales para montar um show de strip-tease e faturar com as mulheres. Mas eles são tipos improváveis, fora do estereótipo malhado gostosão. Visivelmente mais magro, André Dias interpreta o vigia esquisito e solitário Malcolm, que mora com a mãe doente e se junta ao grupo após ser encontrado tentando o suicídio com o gás do carro. A história é adaptada do filme de comédia de 1997, com o mesmo nome.
– Sempre adorei o filme. Foi um grande sucesso da década de 90 e, quando me chamaram para fazer parte do espetáculo, eu queria muito contar essa história. Estava muito mais interessado em contar essa história do que me preocupar se ia ficar sem roupa ou não. Contar essa história é um grande privilégio. – André Dias conta ao Teatro em Cena.
É a primeira vez que ele fica nu em cena, e ele está se divertindo. A cena que atrai público ao teatro também deixou os atores na expectativa. Durante os ensaios, eles não a faziam à vera. O elenco só deu início à passagem da coreografia quando chegaram os figurinos, mas sem o clímax final. “A gente só começou a tirar tudo nos ensaios gerais, já com a luz pronta”, lembra André. Em cena, ele conta com os cúmplices Mouhamed Harfouch (de “Fazendo História”), Victor Maia (de “S’imbora, o Musical – A História de Wilson Simonal”), Sérgio Menezes (de “Bilac Vê Estrelas”), Claudio Mendes (de “Educando Rita”) e Carlos Arruza (de “Se Eu Fosse Você, o Musical”) ao seu lado. São os outros protagonistas do espetáculo, dirigido por Tadeu Aguiar (de “Quase Normal”).
– Como a história prepara para essa cena, não é uma coisa que fica acintosa ou vulgar, porque, na verdade, são seis homens despidos de seus próprio egos, tentando se reinventar frente a uma crise econômica muito grave, frente à falta de perspectiva, frente à falta de emprego e de dinheiro. É uma grande metáfora do que o ser humano está passando, e é muito pertinente ao momento atual do brasileiro.
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SERVIÇO: qui e sex, 21h; sáb, 18h e 21h30; dom, 19h. R$ 50 a R$ 150. 140 min. Classificação: 10 anos. Até 20 de dezembro. Theatro Net Rio – Rua Siqueira Campos, 143, 2º piso – Copacabana. Tel: 2147-8060.