Enquanto a classe artística se une em abaixo-assinados e cartas abertas pedindo a autonomia do Ministério da Cultura, um ator aparece na contramão. Sandro Rocha, mais conhecido pelo filme “Tropa de Elite”, fez um post polêmico no Facebook. Ao comentar a unificação do Ministério da Cultura com o da Educação, que é visto como o “fim do Minc”, ele disparou: “como artista, posso falar: já foi tarde! Só serviu para contribuir com inúmeras mamatas de seis ou sete!”.
No texto, compartilhado mais de mil vezes na rede social, Sandro Rocha diz que, para conseguir aprovar um projeto [na Lei Rouanet, que ele não menciona], é necessário conhecer alguém ou “pagar propina”. “Eu mesmo desisti várias vezes! Uma ilusão! Uma farsa! Não vai fazer falta e vai ajudar a economizar para o Brasil!”, escreveu. “Quem está gritando é quem comia dessa fonte! Acabou! Quer ganhar dinheiro? Vai trabalhar, vagabundo!”. Entre as mais e 300 respostas que recebeu, vários aplausos (em forma de emoji) e muito apoio pelo posicionamento.
A fundição do MinC com o Ministério da Educação foi uma das primeiras providências tomadas pelo presidente interino Michel Temer (PMDB), sob alegação do corte orçamentário. O nomeado para a pasta foi o deputado Mendonça Filho (DEM), investigado pela Operação Lava Jato. Em sua reunião de apresentação com profissionais da Cultura, o novo ministro recebeu vaias e leu cartazes de protesto. No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) admitiu publicamente que o corte do ministério foi um erro. “Como ator político, acho que a gente devia ter mantido a pasta da Cultura. Não precisava ter integrado ao Ministério da Educação”, declarou.