– A cada ano que passa, as comissões se tornam ponto estratégico dentro do desfile e o sigilo sobre as informações fazem parte de como o espetáculo se desenvolverá. O que posso dizer é que temos um trabalho muito rico e poético, nosso coreógrafo Marcelo Misailidis é um gênio, artista de grande criatividade, inteligência e técnica. Podem ter certeza que levaremos para a avenida um trabalho forte e muito rebuscado. Tivemos durante o processo a rica contribuição do diretor Gabriel Villela que nos acrescentou muito no entendimento e limpeza da ideia do trabalho desenvolvido pelo Marcelo. Vamos entrar com nosso melhor. – conta ao Teatro em Cena.
No ano passado, os ensaios ocorriam três vezes por semana, com três horas de duração por dia. Chegando o Carnaval, o ritmo é intensificado: passa para quatro dias por semana. Comissão de frente vale ponto e o objetivo é alcançar a perfeição, porque não tem segunda chance. Arthur, de certa forma, está acostumado com essa pressão. Já integrou comissões de frente em quatro carnavais diferentes, passando pelas escolas Porto da Pedra, Imperatriz Leopoldinense e Vila Isabel.
– É uma pressão que eu confesso gostar de sofrer. Diferente de um espetáculo teatral, musical ou um concerto, no Carnaval pode-se dizer que não há uma segunda chance para o acerto ou uma nova oportunidade para experimentar uma forma melhor de se fazer o show. A chance é única e ela tem que acontecer com perfeição. Comissão de Frente é pontuação direta no desfile. Qualquer erro pode ser decisivo para a escola e pra isso eu ensaio muito, máximo de concentração, repetição, não só nos ensaios com o grupo, mas ensaio e pesquiso em casa os melhores caminhos para o meu trabalho. Também faço um treino específico na academia para minha resistência física, porque a performance tem que ser ótima tanto no deslocamento quanto na passagem pelos quatro jurados.
Em 2016, Arthur Rozas também co-assina, como coreógrafo, a comissão de frente da Tradição, com o enredo “Clementina, Cadê Você?”. Dividindo-se entre as duas escolas de samba, ele ainda coreografou a peça “As Festas da Tia Ciata”, que estreia no próximo sábado (9/1), no Teatro Glauce Rocha, no Centro.