Skip to content

Teatro em Cena

Quem faz?
Leonardo Torres é jornalista cultural e mestre em Artes da Cena. Está de olho na cena teatral carioca desde 2014.

Arquivo

Posts populares

  • Agenda teatral
  • 5 perguntas para Tainá Müller
  • Elenco de Merlin e Arthur faz paródia de Lady Gaga, Lexa, Gabriel Diniz e Ariana Grande
  • Crítica: A Ponte
  • Inscrições abertas para audições para musical Company

Marcos Caruso, o papa-prêmios

10/04/2017 Leonardo Torres Premiações

Com turnê confirmada até fora do país, Marcos Caruso concorre a 5º prêmio por seu solo teatral

Marcos Caruso com o Prêmio Shell (Foto: Leonardo Torres)

Prêmio Cesgranrio. Prêmio Botequim Cultural. Prêmio do Humor. Prêmio Shell. Neste ano, o ator Marcos Caruso recebeu todos esses troféus por sua atuação no monólogo “O Escândalo Philippe Dussaert”, e pode ganhar mais um nesta semana. Ele concorre também ao Prêmio APTR, marcado para terça (11/4), no Imperator, no Méier. Primeiro solo do artista, o espetáculo é um sucesso, ficou sete meses em cartaz no Teatro Maison de France, e iniciou recentemente sua turnê nacional.

– Sinceramente, não esperava todo esse sucesso. Esse espetáculo é muito sofisticado, porque fala sobre arte contemporânea, mas ao mesmo tempo é muito popular. Eu imaginava que as pessoas fossem se interessar, mas não no nível que se interessaram. A quantidade de público que tivemos, lotando ou quase lotando diariamente o Maison de France por sete meses, é um feito maravilhoso em uma época de crise econômica no país. Numa época de medos, inseguranças, que falta dinheiro e a gente tem que cortar supérfluos, a arte acaba sendo supérfluo e mais ainda uma arte um pouco mais sofisticada. Não foi o que aconteceu, então isso foi uma surpresa. – comemora o ator, em entrevista ao Teatro em Cena.

Caruso não esconde a felicidade com as premiações. Comparece a todas e, até o momento, não saiu de nenhuma com as mãos abanando. Em todo discurso, pede que sua vaidade não seja maior que sua responsabilidade. É uma espécie de lema que leva para sua carreira, iniciada aos 14 anos em um grupo de teatro amador que ficava na frente de sua casa em São Paulo. Até entrou para a faculdade de Direito, exigência paterna, mas logo se profissionalizou nos palcos. No teatro, já fez de tudo, até vender ingressos na bilheteria. Uma explicação para que não se deslumbre com as honrarias.

Ator recebendo o Prêmio Cesgranrio (Foto: Divulgação)

– Claro que você fica vaidoso, é evidente que você quer ganhar um prêmio. Quando você recebe uma crítica positiva, um aplauso, um prêmio, um elogio, sua vaidade vai lá em cima. Mas a responsabilidade que você tem frente a todos esses elogios e prêmios é muito grande. Quanto mais as pessoas gostam do seu trabalho, mais você tem que se esmerar para continuar sendo bom e não permitir que as pessoas se decepcionem. Uma maneira de você não decepcioná-las é dar aquilo que elas estão esperando – a mesma qualidade. A vaidade, quando vai além da conta, te torna um ser humano preguiçoso, que já sabe mais ou menos aquilo que tem que fazer, tem certeza que não vai errar. Você fica mais displicente, menos atento, porque só olha pro seu umbigo. A responsabilidade, não. A responsabilidade te deixa sempre em prontidão, e é assim que eu gosto de me sentir. – Caruso dá uma aula, praticamente.

“O Escândalo Phillipe Dussaert” estreou no ano passado, para uma temporada de três meses que foi prorrogada 2017 adentro. Neste ano, o ator está comprometido com a próxima novela das 19h da TV Globo, “Pega Ladrão!”, mas conseguiu liberação para se apresentar em uma capital por mês até dezembro. Detalhe: a montagem já está confirmada também para um 3ª ano. Em 2018, ele levará o solo para Miami e Orlando em janeiro e para Portugal em fevereiro e março. Já é sua quinta vez fazendo teatro em Portugal. A partir de abril, iniciará a temporada no Teatro FAAP em São Paulo. Caruso acredita que realmente é uma peça que ele poderá fazer por muitos anos. O segredo é o humor. O texto, importado da França, com direção brasileira de Fernando Philbert (de “O Corpo da Mulher Como Campo de Batalha”), está longe de ser uma comédia, mas tem humor, e a montagem aposta neste elemento de comunicação.

– Molière já dizia que é rindo que se corrige os costumes, porque o cara ri e pensa em sua trágica e triste realidade. Somos um país de muito bom humor, solar, alegre, despretensioso, onde a comédia deveria ser mais respeitada, e não é assim. É uma pena. Você pode, através de um personagem trágico ou dramático, se utilizar da chave do humor e fazer com que a plateia tenha momentos de riso, de sorriso, mesmo em uma tragédia, mesmo em um drama. – explica o ator – O espetáculo vem sendo indicado aos prêmios pela qualidade dele. Isso foi surpreendente, não por que eu não soubesse da qualidade dele, mas porque não pensei que chegaria a esse ponto de ser tão incensado.

(Foto: Divulgação)

Share

Sugestões de matérias para você:

  • Os 21 artistas mais populares de 2016 no Teatro em Cena

  • Elenco principal do musical Nine posa para fotos durante ensaio

  • Diego Rosa é novo protagonista do musical Tutti Frutti

Teatro em Cena © 2022. All Rights Reserved.

Powered by WordPress. Theme by Alx.