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Leonardo Torres é jornalista cultural e mestre em Artes da Cena. Está de olho na cena teatral carioca desde 2014.

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Crítica: Uma Flor de Dama – Teatro Poeira

23/01/2017 Leonardo Torres Crítica Opinião

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No mesmo Teatro Poeira onde apresentou “BR Trans” e promoveu uma residência artística em 2016, o ator cearense Silvero Pereira inicia o ano novo com uma temporada de outro solo, “Uma Flor de Dama”. O assunto é o mesmo, a travestilidade, fruto de sua pesquisa artística dentro e fora do coletivo As Travestidas. Essa peça, escrita e dirigida pelo próprio ator, revela-se mais crua e agressiva, sem a sofisticação que marcou “BR Trans”.

 (Foto: Rodrigo Menezes)

(Foto: Rodrigo Menezes)

Em cena, Silvero interpreta uma travesti em três momentos de uma mesma noite: silenciosa em seu camarim, dublando “I’ve Never Been To Me” (de “Priscila, a Rainha do Deserto”) no palco, e verborrágica à mesa de um bar. Quando fala, grita e se revolta, dirigindo-se a um desconhecido no bar – que pode ser toda a plateia do teatro. Aqui, reconhece-se as referências ao conto “Dama da Noite”, de Caio Fernando Abreu: inspiração declarada para a peça. É como uma explosão: o texto vomita conflitos internos e externos, e revela problemas de uma autoestima maltratada. A personagem é feroz e incontrolável. Em alguns momentos, falta lapidação da direção, e os excessos são frequentes. Silvero afeta mais na primeira parte da encenação, sem falas. Seu silêncio é cortante.

Cenas significativas são o vestir-se e despir-se da personagem, em sua travestilidade. Como os movimentos de Silvero comunicam! Duros, certeiros. Os figurinos, fora isso, estabelecem certa precariedade.

Diferentemente de “BR Trans”, que tinha telão e música ao vivo, “Uma Flor de Dama” é mais enxuto. O cenário é sugerido por um par de objetos cênicos, e o ator desenvolve a maior parte da trama com uma mesa, uma cadeira, uma garrafa de cerveja e dois copos, suficientes para pontuar a ambientação em um bar. O foco é no trabalho de atuação, em detrimento até de uma iluminação mais elaborada. É um trabalho de resultado mais simples.

Por Leonardo Torres
Pós-graduado em Jornalismo Cultural e mestrando em Artes da Cena.

(Foto: Rodrigo Menezes)

(Foto: Rodrigo Menezes)

Ficha Técnica
Dramaturgia, direção e atuação: Silvero Pereira
Desenho de luz: Renato Machado e Silvero Pereira
Administração e Produção: Quintal Produções Artísticas
Direção Geral: Verônica Prates
Coordenadora Artística: Valencia Losada
Coordenadora de Projetos: Maitê Medeiros
Produtor Executivo: Thiago Miyamoto

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SERVIÇO: qui a sáb, 21h; dom, 19h. R$ 40. 60 min. Classificação: 16 anos. Até 19 de fevereiro. Teatro Poeira – R. São João Batista, 104 – Botafogo. Tel: 2537-8053.

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