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Leonardo Torres é jornalista cultural e mestre em Artes da Cena. Está de olho na cena teatral carioca desde 2014.

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Indicado ao Shell, Leandro Santanna reestreia Lima Entre Nós

03/09/2018 Leonardo Torres Plantão

(Foto: Divulgação)

O espetáculo “Lima Entre Nós”, que rendeu uma indicação ao Prêmio Shell para o ator Leandro Santanna (da Cia. Teatral Queimados Encena), está de volta ao Rio de Janeiro. O monólogo reestreia na quarta (5/9) para sua terceira temporada. Será no Teatro Dulcina, no Centro, com ingressos a R$ 30. Em cena, Leandro resgata a história do escritor brasileiro que faz parte do currículo escolar, mas que morreu aos 41 anos sem alcançar seu objetivo de entrar para a Academia Brasileira de Letras. “A atualidade e a lucidez da obra do Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) são impactantes”, diz o ator e idealizador desta peça-homenagem, “ele estava a frente de seu tempo e parte da rejeição que viveu em vida foi por conta da cor de sua pele. Acredito que precisamos expor isso todos os dias, até que as coisas se modifiquem!”.

Lima Barreto era negro, neto de escravizados, e escreveu para jornais e revistas. A negritude foi central em sua obra e também em sua vida. Pobre, autopublicou-se, bancando a primeira edição do romance “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, um ponto alto da literatura brasileira. Candidatou-se a vagas na Academia Brasileira de Letras três vezes, sem sucesso. Deprimido e alcoólatra, Lima Barreto teve algumas passagens por hospícios, sem nunca abandonar a produção literária. Prova disso é o romance inacabado “Cemitério dos Vivos”, todo escrito durante uma internação.

(Foto: Divulgação)

Jovens, pesquisadores, professores e amantes de literatura marcaram presença nas temporadas e apresentações anteriores do espetáculo. Esse é um projeto antigo de Leandro Santanna, que começou a ser formatado em 2015, com direção de Marcia do Valle (de “Urucuia Grande Sertão”). Ele conheceu a obra do escritor através de sua mãe, uma historiadora. “Tenho um projeto de produzir espetáculos sobre personalidades negras e ampliar o conhecimento sobre estes ícones que ajudaram a construir nosso Brasil”, pontua o artista, que tem mais de duas décadas dedicadas aos palcos, “Lima Barreto é o primeiro espetáculo desta série que venho acalentando há anos e agora consegui os recursos necessários pra tirar da gaveta”. O trabalho agradou. Apresentado em salas muito pequenas, atraiu cerca de dois mil espectadores no total e ainda a indicação ao Shell, que ele concorrerá em 2019.

– É uma honraria que eu jamais imaginei receber. Digo receber pois, para mim, ser indicado entre centenas de atores que foram avaliados pelos jurados em todo o Rio durante o primeiro semestre é uma conquista que coroa estes 23 anos de luta, e de muita sola de sapato gasta entre Queimados e Rio. – diz Leandro.

(Foto: Divulgação)

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SERVIÇO: qua e qui, 19h. R$ 30. 50 min. Classificação: 12 anos. De 5 até 27 de setembro. Teatro Dulcina – Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro. Tel: 2240-4879.

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